A vida é maravilhosa se não se tem medo dela. –Charles Chaplin

Mais uma vez o medo volta à tona. Mais uma vez ele vem sufocar sentimentos de raro prazer. É assim que tenho que viver: escondido. Nossa, cair de cabeça em Me_Escondo_Para_No_Escucharte_by_complejouma jornada de descobertas pode ser algo gratificante, engrandecedor, mas ao mesmo passo pode nos causar lassidão, nos deixar sem saber o que fazer. Quando iniciei o Exalando a Alma deixei claro em minhas primeiras postagens a dificuldade que tenho em lidar com sentimentos, tanto positivos quanto negativos. Pior, definitivamente não sei o que fazer acerca da minha homossexualidade (prefiro, na verdade, homossexualismo, pois como já disse anteriormente sinto-me patologicamente gay). Acredito que uma vida que vale a pena é aquela cujas decisões estão em suas mãos. Não me sinto uma pessoa normal. Tenho medo do que possa me suceder e confesso que se existir uma cura gay eu a quero para mim. Quem sabe alguém possa condenar meu pensamento, dizer que devo aceitar minha orientação, mas o fato é que sempre tive dificuldade de aceitar o que não partiu de minha escolha. Sonho em casar e ter filhos, mas pelo visto isto é apenas um sonho…

Além de tudo, já havia dito em outra postagem (você pode ver aqui) que sou Voyeur. Como descobri a pouco, não sinto prazer no sexo. Imagino como não seria um matrimônio com alguém como eu. Ainda bem que a pessoa que está comigo esconderatualmente preza mais pelo carinho e pelo companheirismo. Espero que se ele ler, entenda. Tudo parte de um trauma de infância, não é fácil seguir em frente quando se é vítima de um abuso, seja ele de que ordem for. E mais ainda quando a justiça já não é mais possível. Pior, quando parte de alguém que deveria proteger você. É deveras injusto você ter que esconder quem você realmente é, esconder seus sentimentos simplesmente porque quem está perto de você não tem a menor capacidade de entender seu lado. Meu maior problema foi fazer parte de um sistema religioso que me oprimiu por anos (a saber, uma igreja pentecostal). Já disse que não tenho nada contra a religião, mas contra os maus religiosos, e estes permeiam todos os meandros do sistema religioso. Tenho medo de me magoar; tenho igualmente e quantitativamente medo de magoar a pessoa maravilhosa que agora faz parte da minha história. Sinto-me amaldiçoado desde antes de nascer. Sei que muitos passam por coisas piores, mas se este é o argumento para meu consolo ele é menos que inútil. Chaplin tem razão, a vida  é maravilhosa se não se tem medo dela.