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Exalando a Alma

Reflexões de uma alma solitária

data

2 de fevereiro de 2013

Deserto existencial

Deserto

Hoje é sábado, e estou só neste momento. Tem sido assim por anos, meus sábados são sempre solitários. A recorrência do tema pode cansar, mas solidão é o epítome da minha vida. Hoje é só mais um sábado solitário. Sinto-me como o tronco na imagem acima. Por vezes a tristeza se torna tão grande que você fica incapaz até mesmo de chorar, e isso é sufocante. Deus, será que alguém vai ler isto? Eu queria muito um amigo agora, aqui do meu lado. Essa semana eu entrei no blog Apenas e vi um post “Senhor, dá-me amigos…” e senti-me incomodado com o que li. Para alguns pode não ser nada. Para mim fez toda diferença, pois eu vi que não sou o único a se enganar com as pessoas. A foto de abertura do post é de um filme de 1986 chamado ‘Conta Comigo’, baseado num conto de Stephen King. É uma história linda sobre amizade. Toda vez que vejo esse filme eu sinto um nó no estômago, pois eu queria muito ter vivenciado aquilo que os personagens vivenciam. Vejo tantas pessoas que tem família grande e conseguem se dar bem com seu primos. Alguns consideram os primos amigos natos, mas eu não tive essa sorte. Tenho uma família enorme, mas me é tão estranha como os transeuntes na minha rua. Eu só estou escrevendo agora para me distrair um pouco, pois não tenho o que fazer agora e não tenho para onde ir… Às vezes levando e ando pela casa; às vezes olho para a rua. E o vazio segue me puxando cada vez mais. Deus, quando isso vai parar?…

Filho da minha ira!

Tenho um problema sério em relação ao meu humor. Desconfio que eu esteja sofrendo de estresse, pois tenho sentido alguns sintomas ultimamente, e universo-natural-atendimento-terapc3aautico-raivadevido a enxaqueca, às vezes preciso tomar cinarizina que, além de dar um sono violento, altera o humor. Bom, eu não ataco as pessoas, mas passa cada coisa pela minha cabeça. Auto-controle é a chave. Mas ô chavezinha ruim de achar, Jesus! Uma das coisas que mais de deixa com vontade de arrancar a cabeça das pessoas é falta de bom senso. Eu detesto gente que fala demais. Uma coisa que me irrita demais são pessoas querendo resolver minha vida sem ter ideia do que eu estou passando. Se você não sentiu a dor da pessoa, não se ache no direito de abrir a boca. A bíblia diz em Provérbios 17.28 que até o tolo é tido por sábio quando se cala. Exitem três frases que me fazem perder o respeito por qualquer um, já briguei até com minha mãe: “Você não pode ser assim!”, “Você está errado!” e a pior de todas, “Você TEM que mudar!”. Eu acredito que sou livre para ser o que eu bem entender da minha vida e ninguém tem nada a ver com isso, se eu estou errado quero argumentos e não acusações, até porque meu ponto de vista ainda vale mais para mim, e se alguém quer ver mudança em mim, que mude comigo! Outra coisa que me deixa deveras irritado é gente abusada. Certa vez me convidaram pra sair, como eu tinha que trabalhar, agradeci o convite e disse que não poderia. A gentileza que ouvi de volta foi: “Poxa, mas eu te convidei por causa do carro!” Fiquei com vontade de arrancar as tripas do indivíduo e enforcá-lo com ela…

Este é o post menos inspirado que escrevi, como diria Homer Simpson, até agora. Mas é algo que me incomoda muito o fato de eu não ser uma pessoaheart in hand tranquila por dentro. Eu me irrito só de me irritar. E me irrito com facilidade. E me irrito por guardar tudo pra mim. E pior, não sou muito de dar segunda chance as pessoas, até porque não tive muitas na vida também. Alguém pode chegar com o discurso que devemos ser diferentes, não devemos nos basear na escala de valores alheios, que devemos ser superiores. Bom, acredito que só podemos dar aquilo que temos. Perdão custa cara. Pior ainda se for na comunidade religiosa. Ano passado saiu uma pesquisa que dizia que quanto mais religiosa a pessoa menos ela age por compaixão. Não vou entra em discussão de que existe diferença entre religiosos e cristão, porque eu discordo.  A Bíblia fala sobre a verdadeira religião; logo existe a falsa, que muita gente pratica. Mas religião não afasta ninguém de Deus. Enfim. Descobri que o amor na Igreja é pagão, principalmente entre estes que adotam a visão orgástica da Ana Paula Valadão (eca!). Eu oro para Deus me fazer alguém tranquilo. Eu não admiro gente grande. Eu admiro uma criança. Eu admiro muito quem sofre injustiças calado, eu admiro realmente quem vira a outra face. Graças a Deus que minha escala de valores é diferente. Tem gente que morre por uma celebridade, por ela passar uma imagem de superioridade. Eu não. E eu conheço gente famosa aqui na minha cidade. Eu NECESSITO urgentemente aprender a amar o meu próximo, a perdoar, e a dar uma segunda chance. Conheci um cara na faculdade que ele era bem popular, inteligente, conquistou tudo que propôs para vida dele. Uma vez ele me disse que eu tinha que ver as pessoas como objetos. Detalhe, ele é um cristão convicto, de pregar na igreja e seguir todo roteiro socialmente aceitável. Até concordei no momento, mas depois me perguntei se era assim que Deus nos via. Apesar de todas as minhas falhas, dificuldades e fraquezas, ainda sou um cara que luta pra chegar perto de Deus. Apesar de ser um carra irritadiço e com tendências anti-sociais, eu acredito sim que Deus vai me ajudar a mudar tudo isso, pois eu peço a Ele um coração tranquilo, e tranquilamente eu sei que vou alcançar.

Visão do paraíso!

“A “beleza” e a “atração”, originalmente, são características do objeto sexual. É digno de nota que os genitais mesmos, cuja visão tem efeito excitador, quase nunca sejam tidos como belos, enquanto a qualidade da beleza parece ligada a certas características sexuais secundárias.” -Sigmund Freud, em ‘O mal-estar na civilização’

voyeur06Enquanto escrevo este post estou escutando John Mayer, cuja música parece ter um outro apelo além do romantismo. Confesso uma coisa a vocês: sou um voyeur! Para quem não conhece o termo, Voyeurismo é uma prática que consiste num indivíduo conseguir obter prazer sexual através da observação de pessoas. Essas pessoas podem estar envolvidas em atos sexuais, nuas, em roupa interior, ou com qualquer vestuário que seja apelativo para o indivíduo em questão, o voyeur. (Fonte: Wikipedia). Sim, é assim que satisfaço minha libido. Não tenho parceiro nem vontade de adquirir comportamento de risco. Mas não pense que fico vendo vídeo pornô na internet, apesar dela ser uma ferramenta para minha satisfação. Bom, utilizando a psicanálise, Freud discorre em várias obras sobre a sexualidade humana, e neste livro, O Mal-Estar na Civilização, ele aponta a sexualidade humana como ferramenta de controle social. O que Freud discorre nesta passagem é a importância dos sentidos para satisfação da libido. A beleza é o principal objeto de atração entre os humanos. Os animais (que considero até certo ponto mais evoluídos nesse sentido, se utilizam de outras características. Alguns utilizam cheiro, outros o canto, outros [que considero menos evoluídos], a violência para atrair sua parceira). Mas com o ser humano é mais complicado. E quem nunca devorou alguém com os olhos atire a primeira pedra.

voyeur03Desde que a banda larga se popularizou no Brasil, tenho dado muita utilidade a câmera do meu computador. Confesso que muitas vezes participei de vídeo chat, e é bem fácil encontrar quem queira se expor. Jovens, adultos, idosos, solteiros, casados, héteros (sim, há muitos em salas de bate-papo atrás de homens), pelos mais variados motivos. Mas não é apenas na Internet que se encontra os tais. Quando eu tinha um certo “amigo”, algumas vezes consegui me satisfazer com a bela visão que ele era aos meus olhos. Arranjei desculpa algumas vezes pra deixá-lo só de cueca e aproveitar a paisagem. Certa vez até consegui ver além. Ir a praia para mim é uma doce tormenta. Certa vez viajei a uma cidade bem isolada aqui em meu estado, e em determinados lugares o pudor é inexistente. Você ver rapazes completamente pelados tomando banho num rio qualquer a vista apenas de um satélite que eles nem fazem ideia que exista e a minha vista escondido atrás de alguma árvore é fácil demais. E sim, confesso, é um deleite… Eu gosto da observação. Apesar de gostar de abraço, não gosto de envolvimento com humanos. São instáveis demais e minha capacidade de codificar caras e bocas é bem limitada. Agora confesso outra coisa: paradoxalmente eu também não gosto de ser um voyeur. A velha ambivalência tomando conta dos meus sentimentos outra vez. Por mais que não goste muito de lidar com pessoas (algo que já tentei explicar em posts passados), eu desejo um bom pedaço de carne sempre que vejo um. É fácil demais ver. Ter é outra história. Me entender é uma monstruosidade. Não tentem, porque nem eu me entendo!

voyeur02Toda vez que tenho uma sessão voyeur eu sinto um vazio. Eu gosto de olhar, gosto de ter gente me olhando e admirando, até porque não sou um paradigma de beleza, e ter alguém que goste de me ver eleva minha auto-estima de alguma forma. Eu gosto de admirar o que é belo (certo que a beleza está nos olhos de quem vê). Gosto da natureza, e um belo exemplar da espécie masculina me atrai, por mais que eu não queira ser atraído por eles. Não serei hipócrita de achar que estou imune as influências negativas que tal comportamento trás, mas na minha condição é bem difícil achar alternativas. Eu desejo muito ter uma experiência com alguém. Quero realmente descobrir se é isso mesmo que eu sou; eu tenho medo, mas não mando nos meus desejos, apesar de ter quem defenda que sou capaz pois possuo “inteligência emocional”, seja lá o que for isso. Noite após noite quando deito minha cabeça trabalha incansavelmente imaginando como seria ter um cara comigo, fazendo de tudo pra me agradar. Para alguns pode ser uma agonia desnecessária ler os relatos de um desconhecido, principalmente um que possa me fazer parecer um tarado. Mas não sou. Meu intuito aqui e tratar dos meus temores, daquilo que me atormenta. Tudo que falo aqui, eu falo escondido, pois não sairia contando isto a ninguém. Tenho família. Tenho muitos, mas muitos parentes, sendo a maioria religiosos. E como a maioria dos religiosos brasileiros, são completamente tapados e não entendem que religião não imuniza ninguém. Eu preciso colocar pra fora tudo que está em mim, senão eu explodo! Deus sabe a dificuldade que enfrento todos os dias tentando manter meus pensamentos no lugar, e o quanto é difícil para mim. Eu luto muito contra meus desejos, mas tem dias, muitos dias que é uma tarefa impossível, definitivamente. E muitos dias eu simplesmente acordo com a certeza de que vou cair e não vai ter ninguém para me segurar…

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