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Exalando a Alma

Reflexões de uma alma solitária

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futuro

Insignificância

2Quando eu comecei o Exalando a alma eu pensava em falar das coisas negativas da minha vida, e é exatamente o que tenho feito. Falo aqui de coisas que não conto às pessoas no vis-a-vis. Vivo uma vida dupla, essa que é a verdade. Para as pessoas sou um cara normal, que trabalha, sai, gosta de ler, e tudo o mais… Mas no fundo não é isso que sou. Pouquíssimas pessoas me conhecem a fundo. Nos últimos meses ignorei o blog propositalmente. Queria achar que conseguiria conviver com meus problemas sem fazer alarde deles pra ninguém (não que eu saia gritando feito louco por aí, mas há algumas pessoas pra quem eu posso me abrir). Eu, francamente, não gosto de procurar as pessoas pra desabafar. Elas não têm nada a ver com meus problemas. E pior ainda, são aquelas que oferecem amizade e diminuem o que sinto. Tem uma pessoa na minha família que é pentecostal, desses que dizem que ouvem Deus falar pra eles repassarem o recado para nós, pobres mortais. Se intitulam “profetas”. Enfim, essa pessoa se aproximou de mim, falou que Deus tinha mostrado pra ela que eu era gay e que Ele tinha uma saída pra mim, mas que eu passaria por coisas ruins antes de me ver livre da dor. Essa pessoa ofereceu a amizade dela. Eu, pobre coitado, acreditei nisso, até porque na época ninguém mesmo sabia que eu era gay, apenas eu. Enfim, o tempo foi passando e fiquei muito próximo dessa pessoa (uma mulher, caso esteja curioso/curiosa). Mas, algumas vezes em que eu a procurei ela me tratou como um estorvo. Oras, eu não tinha buscado ajuda dela, ela me ofereceu e depois não deu conta da situação. Eu me senti tão diminuído quando aconteceu isso da última vez que resolvi me afastar. A falsa amizade mais me causou danos que algo de bom. Por vários motivos eu abandonei a religião, mas o principal é a estupidez dos pentecostais. Poucos nesse meio se salvam. Tenho verdadeiro horror a essa cultura. Pior é que grande parte dos meus parentes fazem parte dessas igrejas horrorosas que têm por aí, onde gente como eu é condenada ao inferno só por existir. Pessoas assim tem feito eu me sentir amedrontado. Questiono tanta coisa na minha vida que nem sei mais o que fazer com ela. Tenho medo de tudo. Tô esmagado. Me sinto apenas insignificante…

Mais um dia

crying_child“Não existem dias legais, existem apenas dias…” -Milhouse

A citação eu tirei do seriado Os Simpsons, mas ela tem um sentido especial pra mim, porque é exatamente assim que me sinto, vivendo apenas uma rotina de esperar algo que nunca chega. Resumindo, não existe excitação, felicidade ou qualquer coisa positiva. Às vezes rola uma felicidadezinha, mas felicidade é como fogos de artifício, estouram, enchem os olhos de beleza e logo se esvai. Ah! Esses dias de crueldade, pessoas vis, fúteis e desnecessárias nos cercando, isso faz a vida perder todo o brilho. Durante o dia tenho medo de morrer e durante a noite medo de viver. É uma encruzilhada. Me sinto tão perdido na vida, acho que nada mais importa, se vivo ou se morro. Sabe, eu tenho questionado a Deus todos os dias o porquê dessa aflição diuturna. Eu queria que isso tivesse fim logo. Não é impaciência. Nem sei o que é… Estou doente. Estresse e ansiedade. Fui ao médico há alguns dias e ele me disse que se eu continuar assim não vou durar muito. Não sei se isso é bom ou ruim. Não quero morrer, mas também não vale a pena viver assim. Sinto dores constantemente. Essa é uma certeza que tenho quando acordo: sentirei dor em algum lugar. Faz tempo que não consigo chorar; eu gostaria de derramar umas lágrimas de vez em quando, mas não consigo. Talvez já não esteja mais importando. São dias de violência, dias de incertezas, dias de maldade gratuita, dias de traição, dias de auto indulgência, dias de descontrole, dias de histeria, dias de ódio e rancor. Não queria viver esses dias, mas não pude escolher. O mundo nunca foi um lugar bom de se viver, mas as coisas pioram a cada segundo. E meu dilema é como sobreviver ao que me é intrínseco e extrínseco ao mesmo tempo. Três coisas penso todos os dias: Deus, futuro e morte. É inevitável. Tenho um pouco de saudade do meu passado, de quando era criança, quando a infelicidade não tinha definição. Passou. Pessoas passaram pela minha vida. Experiências me marcaram e fizeram de mim quem eu sou. Algumas pessoas adoram usar frases de efeito dizendo que não devemos deixar o que fizeram de ruim para nós nos definirem. Acho que elas não sabem o que é trauma, o que isso faz no caráter de um homem. Pense em uma criança sofrendo violência sexual e imagine se isso não definirá nada na vida dela. Consegue? Se sim, me explique como, porque eu não consigo. Seja como for, talvez haja de fato quem consiga, eu não consegui. Não sei se sofrer violência foi a causa de eu ser gay, só sei que sofri a violência e que sou gay. O resultado: infelicidade. Deus me ajude a sobreviver…

Aperto

Relacionamentos humanos são difíceis, a gente tem que aprender a lidar com as limitações dos nossos semelhantes e nem sempre estamos preparados pra isso. É dolorido você amar alguém que lhe faça sofrer, mesmo que pequenos arranhões. Também temos que reconhecer quando somos nós que bancamos o espinho e provocamos a dor no outro, e essa é a parte mais difícil de todas, porque nuca queremos perder a razão, temos justificativas para não sairmos como vilões da história e também magoamos, ferimos e afastamos aos poucos. Eu faço isso volta e meia, e também sou vítima das dores que um relacionamento possa trazer. Entenda-se que quando falo relacionamento não me refiro apenas a namoro, mas a amizades, pais e filhos, irmãos, são todos igualmente complexos, mas cada um com uma demanda diferente. Eu não sei muito lidar com as pessoas, resultado do isolamento com que fui criado. Já tive pessoas muito próximas de mim e que hoje são completos estranhos, pessoas que parecem nunca sequer te sabido de minha existência. Têm pessoas que eu sei que trato melhor que meus familiares. Têm pessoas que eu abomino, tenho ânsia de vômito só de ouvir o nome e não, isso não é uma hipérbole, estou falando literalmente mesmo. Não deveria ser assim, mas vejo em mim o quanto é complexo você lidar com as diferenças dos outros. Parece que quanto mais gostamos de uma pessoa, mais nos decepcionamos com ela. Eu tenho um fardo e um arrependimento muito, mas muito grande, de não ser tão unido a minha irmã como eu queria. Acredito que pelo fato de meus pais não me deixarem ter amigos, sempre me diziam que era ela quem era minha amiga, era forçado a estar na companhia dela mesmo quando não queria, não tive meu espaço respeitado, isso me fez rejeitá-la um pouco. Amo minha irmã, me preocupo com ela, mas não consigo me abrir com ela, me sinto constrangido até de rir perto dela, isso me magoa profundamente e simplesmente não sei o que fazer a respeito. Me sinto ridículo, diminuído, me sinto um monstro por isso. Outra pessoa que sinto rejeição no meu coração é meu pai. A morte dele foi um processo complexo, senti no momento imediato a morte dele a dor do luto, mas hoje me sinto bem por ele não estar perto. Há dias que me sinto culpado por isso, outros reflito que ele mesmo provocou essa sensação que hoje me acomete. Meu Deus! Como eu queria saber resolver esse lado da minha vida. Sei o quanto relacionamentos podem nos afetar, e a mim afetam, e muito

gray_sadness_by_eresaw-d4oceeeExiste, porém, um outro lado nessa moeda, um outro contexto que difere de pessoa para pessoa. Sou cercado por algumas pessoas, poucas, mas há um condição que não muda em mim, que é a sensação de solidão que sinto. A solidão é uma condição humana, não há nada a ser feito, independe de você estar cercado de pessoas ou não, você se sente só por simplesmente saber que não tem muito com quem contar as horas de tristeza. Não tenho amigos que me visitem em casa. Muito raramente, coisa de uma ou duas vezes no ano, alguém vem aqui, mas no geral, chego do trabalho, me tranco no quarto, me engano com alguns grupos do WhatsApp achando que tenho alguns amigos sabendo que não tenho, e termino minhas noites no escuro do meu quarto imaginando como será minha vida e meu futuro, num caminho escuro onde não a luz alguma para me guiar. A fé na vida se esvaiu, a fé em Deus luta contra feridas mortais apesar de resistir, já não tem o mesmo vigor de antes. A solidão amarga a vida, cega os olhos da esperança. Queremos apenas alguém que se importe conosco, não com palavras, mas com atitudes e essa é a parte impossível, pois não há quem aguente por tanto tempo suportar o sofrimento dos outros. Mas quem somos nós para cobrar tal de outrem? Não seria isso egoísmo, afinal as pessoas também têm os problemas delas? As respostas podem até ser simples, mas é difícil enxergar quando você tem que manter seus olhos fechados de tanta dor, ou por estar num caminho tão escuro, que as trevas se tornam palpáveis…

Tríade

vidaemorteDepois de alguns meses sumido, depois de pensar em desativar meu blog, estou aqui novamente para falar mais um pouco dos meus sentimentos. Não sei porque mas nesse momento estou com aquela música do Rosa de Saron que diz: “me sinto tão perdido aqui, deixei pra trás o que mais importava. Eu não consigo mais ouvir a voz que me empurrava.” Pois é, algumas coisas na vida mudam, mas o que sinto por dentro não. E há um agravante para meu estado psicológico, que é a violência na cidade em que vivo. Já não suporto mais pensar em tudo de ruim que está acontecendo por aqui, na minha cidade, no meu estado, no meu país. Não sinto esperanças, sinto medo. Botei na minha cabeça que preciso me desapegar dessa vida porque mais cedo ou mais tarde ela vai me deixar. Preciso aprender a não ter medo, afinal, nada aqui é pra durar, nem mesmo a aparente paz, nem a aparente tormenta. Sinto medo, sinto angústia, sinto incerteza, mas ainda estou vivo, preciso pensar mais nisso. Depois de tanto tempo longe do blog, acabei perdendo um pouco a habilidade de escrever, não sei nem se deveria continuar. Ah! Quisera houvesse alguém para me dizer as palavras certas, que pudesse aliviar a tensão dentro de mim. Sinto que simplesmente existo por existir, isso não é uma passagem grata por essa vida. Há três coisas em que penso todos os dias, sem excessão: Deus, futuro e morte. Deus é um tema que me gera muitos conflitos. Será que tudo em que acredito de fato está certo? E se Deus for exatamente o que os ateus dizem quem ele é, uma construção humana para suprimir uma necessidade nata, um objeto para jogarmos nossos medos e frustrações, um amuleto da sorte em que nos apegar nos momentos mais negros da vida? E se eu acreditar nisso e descobrir tarde demais que Ele realmente existe e que todo o plano dele para salvar a humanidade é real e eu de algum modo desperdicei a chance de salvar minha alma? Eu acredito na existência de Deus sim, não acho que nossa existência aqui seja vazia e sem propósito, mas confesso que meus pensamentos passeiam entre a dúvida e a fé. Ainda mantenho o costume de orar, não sempre. Às vezes simplesmente não sei o que dizer. Acho que minha falta de fé tem me prejudicado. De alguma forma eu sei que existe um Deus no céu, não é algo que se explique, é fé. Quando entro na questão Deus, tento vê-lo como a Bíblia o descreve. Aí entra o grande conflito que rege toda minha dúvida: a homossexualidade. Questiono Deus por que nasci gay (se você não acredita que alguém nasça assim pesquise quem decidiu virar gay e vai descobrir que estes são os verdadeiros inexistentes da história). Me questiono por que eu corro o risco de ser condenado por algo que nem escolhi. Por que eu tenho que lidar com algo tão difícil de entender? Ouvi muito que Deus permitiu isso pra minha vida pra que eu possa ajudar a outros lá na frente. Não sei se acredito nessa teoria, pois eu ainda não encontrei respostas e não sei nem como me ajudar. Peço misericórdia a Deus todos os dias. Cada vez que tenho uma relação é inevitável o sentimento de medo e culpa que me toma, a culpa é muito forte. Acordo todos os dias e peço a ele que não me deixe sair dessa vida sem minha salvação. Aprendi na igreja que duvidar da salvação é o caminho mais rápido para perdê-la, e isso me assusta. A bíblia mesmo diz que não devemos duvidar.

solitárioA dúvida me leva a outro problema: o futuro. Tenho pavor do meu futuro. Penso, se eu envelhecer, quem cuidará de mim, como será minha vida, se serei um velho doente, se terei alguma qualidade de vida. Confesso que tenho muito medo de envelhecer. Tenho guardado algum dinheiro hoje para poder pagar alguém para cuidar de mim nestes dias que prenunciam nossa partida dessa vida. Não quero ser solitário, tenho medo da solidão. Vivemos dias tão maus, é bom ter alguém com quem contar e ser esteio para alguém também, afinal, não devemos querer apenas o bem para nós, mas devemos ser bondosos com os outros. O futuro é uma criança desconhecida, não sabemos seu rosto, não conhecemos seus caminhos e ninguém pode nos afirmar nada a respeito dele, pois ninguém o trilhou. Podemos ter um vislumbre baseado naquilo que vivenciamos hoje, mas as voltas que a vida dá podem simplesmente cegar-nos aponto de nos perder. Eu planejei tantas coisas para mim e absolutamente nada do que planejei deu certo. Agora eu sei que o futuro me levará inevitavelmente à morte. Afinal, como diz a música: a vida é o caminho, a morte o destino. E dela ninguém escapará. A morte encerra ciclos para que outros comecem e assim a própria vida seja perpetuada. Certo pensador afirmou que o medo da morte moveu a humanidade até aqui, o medo que os homens têm de serem esquecidos os fez trabalhar para gravarem seus nomes na história. Mas, depois que eles partiram, o que lhes restou. O silêncio eterno, nada mais. A morte me faz pensar na existência em si. Preciso me apegar com Deus e crer de fato que exista vida após a morte, em um lugar melhor para aqueles que souberem fazer as escolhas certas ou, pelo menos, as mais sensatas. Tenho medo das minhas escolhas. E se eu morrer em pouco tempo, para onde irei? Deus, por favor, tenha piedade de mim. Eu estou com tanto medo, tanta angústia. Se alguém souber como posso me apegar mais a Deus e resolver meus conflitos, gostaria de ouví-lo. Não é fácil viver, mas é bem pior não tentar…

Sangue no Céu

30-artigoSentir medo é normal. A insegurança tem nos causado muita aflição, e nos dias de hoje insegurança é um lugar comum a todos. Certo pensador frisou que nos tempos antigos a insegurança era apenas um momento na vida das pessoas, mas hoje ela se tornou perene. Caos nas ruas, violência, política sem credibilidade, inflação no topo da nossa paciência e tantos motivos para desistir. Os índices de doenças mentais como depressão, síndrome do pânico e fobias têm aumentado vertiginosamente. A vida está uma loucura. Soma-se a isso nossas histórias de traumas, feridas e frustrações, e a mistura fica perigosa. Eu tenho me sentido extremamente temeroso do meu futuro. Vivo em uma guerra constante entre meu cristianismo e minha homossexualidade. Querem saber de fato? Peguei nojo de ambos. Aos defensores da causa gay sinceramente me questiono como algo que pode ter me feito tão mal pode ser certo para mim? Aos cristãos (especialmente os pentecostais, de onde saí), quero saber o que faz vocês pensarem que têm o direito de maltratar as pessoas? Hoje, eu não me imagino entrando em uma igreja. Tenho criado cada vez mais ódio de evangélico, tenho nojo, muito nojo do chamado “gospel”. Perdi muito tempo tentando achar respostas pra tudo que enfrentei até hoje e a verdade foi que não achei motivo nenhum. Se Deus fez todas as coisas, então posso deduzir que Ele me fez. Se Ele me fez, e nasci gay (quer você concorde ou não, pouco me importa já que EU passo por isso então EU sei de um fato: ninguém escolhe ser gay, se nasce gay), por que tenho que ser condenado por ser gay? Não quero desacreditar na Bíblia, mas queria que ela fosse mais clara, porque ela definitivamente não tem resposta nenhuma pro que vivo.

DEPRESSÃO 2Outra grande frustração que tenho foi ter sido criado tão preso. Tenho ódio da minha história. Amo minha família, mas tem horas que queria dar uma surra em cada membro dela, incluindo meus pais. Podem pensar o que quiserem de mim, mas uma das poucas felicidades que tive foi ver meu pai morto. Descobri essa felicidade alguns anos depois que ele morreu, quando vi que ele não fazia falta nenhuma na minha vida, quando comecei a pesar meu relacionamento com ele e vi que tinha mas prós em não ter ele por perto do que contras. Não tenho prazer na morte dele, mas tenho na ausência. Aliás, um pai que não é amigo, um pai em quem você não pode confiar para contar seus medos e suas fraquezas, um pai que não é capaz de entender suas frustrações e seu temores não serve pra nada. Ele vivia esfregando na minha cara que me dava de tudo; o safado só esqueceu do que ele me privou. Esqueceu que sempre trabalhei ao lado dele desde criança (ora, ele era pregador na igreja, conhecia a Bíblia mas nunca lembrou que o trabalhador e digno do seu salário [Lucas 10.7]); gostava de jogar na minha cara que Bíblia mada os filhos respeitarem os pais, mas se esqueceu que em seguida a Bíblia manda os pais não provocarem os filhos, e ele me provocava constantemente. Se o inferno existe, espero que ele esteja lá. Se eu não nasci gay, ele me fez ser um. Era o crentão de igreja, mas era safado. Não podia ver um menino que passava a mão no pinto deles disfarçado de brincadeira. e claro, fazia o mesmo comigo. Cansei de pedir as coisas pra ele, e ele dizer que só ia me dar se eu deixasse ele passar a mão em mim. Isso pra mim tem nome: pedofilia.

luvia2Mas infelizmente a família toda defendia esse patife. E a família é evangélica. Tenho uma tia que adorava gritar pra mim que meu pai me dava tudo do bom e do melhor. É uma velha estúpida, tão estúpida quanto o pai que tive. Contei uma vez a minha mãe que sou gay, ela simplesmente se jogou no chão, chorou e hoje faz de conta que nada acontece comigo. Vive dizendo que tenho que casar e ter filhos e cada vez que ela me diz isso tenho vontade de meter a mão na cara dela. Sofro de estresse, já parei no hospital por causa disso, mas ela não entende. A última vez que fui ao hospital por causa do estresse ela ainda ficou chateada comigo. Diz apenas que eu tenho que me controlar. Eu quero, por Deus como eu quero acreditar que existe um paraíso, um lugar onde vou descansar de tudo isso. Mas se a Bíblia estiver certa eu estou destinado ao lago de fogo e enxofre. Não sei o que fazer. Tenho temor a Deus, não quero ir pro inferno. Tenho um vazio nesta vida, não quero ficar só. Só tenho um amigo, que é meu amante. Passei a vida sacrificando relacionamentos por medo de errar e no fim das contas os sacrifícios formas apenas pedaços do meu coração que não serviram pra nada, pois nenhum fruto foi colhido disso. Estou deprimido, queri morrer. Eu não vejo sentido na vida. Eu não sei pra que nasci. Francamente a vida é uma merda, odeio tudo que vivo, tudo que passei. O que era pra ser meu paraíso está ensanguentado de tanto meu coração se machucar. Só queria que tudo acabasse logo…

Teleologia

rhV9YO que é existir? Às vezes temos conceitos de certa forma claros em nossa mente sobre as coisas, mas quando nos fazemos a pergunta os conceitos somem, e com eles as nossas certezas. Sou um questionador nato, o que chega a irritar algumas pessoas. É difícil achar pessoas que queiram buscar respostas. A maioria apenas quer seguir em frente conformada com o que tem, sempre no mesmo patamar. Eu quero entender o que vim fazer aqui, e confesso que está muito difícil encontrar uma resposta. Há anos me pergunto por que existir? Por que fazer parte de um mundo cheio de dor e sofrimento onde poucos conseguem se encontrar, e aqueles que estão no topo chegam lá acompanhados do medo de cair? A vida não tem sido um mar de rosas, e que seja assim para eu não cair no conformismo. Mas como é difícil percorrer a senda da vida pelo caminho escuro. Não sou um otimista, aliás, por mais que os pessimistas me irritem, os otimistas o fazem com igual maestria. Você já deve ter percebido o quão perdido estou aqui. Sou cristão, mas francamente, a religião não tem sido satisfatória em me dar respostas. Ao longo do Exalando a Alma tenho compartilhado meus dramas e anseios, meus altos e baixos, minhas poucas alegrias e abundantes frustrações, e é latente a falta de nexo que a minha existência tem sido. A brutalidade da adolescência deixou suas marcas, deveria ter sido um período de aprendizado, era parte do cronograma da vida, mas foi apenas um período de medo. Hoje, adulto tento entender o porquê de tudo, tento encontrar uma razão de ter passado o que passei e o que posso tirar de lição disso. Sei que sou mais forte do que penso, afinal ainda estou aqui, trabalhando, estudando, tentando dar um rumo a minha vida. Mas como seria mais fácil se tivesse uma resposta clara.

espinho_01Falando na religião, acho que ela foi a maior responsável por fazer eu me perder. Freud explicava a religião como uma fuga do homem das suas responsabilidades, criando um deus para suprir a falta de um pai que seja responsável por ele. Frequentei a Assembleia de Deus, uma igreja histórica com uma história um pouquinho mentirosa criada por marqueteiros hábeis, mas que tem sim muita coisa positiva, não serei hipócrita de negar; a igreja que eu frequentava era liderada por um homem velho e rabugento, que mais botava medo nas pessoas do que demonstrava amor. Fui ensinado a obedecer sem questionar, e que o pastor era o “ungido de Deus e ninguém pode tocar nele” seja lá o que isso quer dizer, mas na prática era que tal indivíduo jamais poderia ser questionado. Você crescer assim, com alguém sem muita noção do que está fazendo é a receita para o estrago. Passei mais tempo com medo de ser castigado por Deus e ir para o inferno do que amando. Ora, o amor é o centro do cristianismo. A Bíblia diz que Deus é amor. Se você se diz cristão e não tem amor no coração, você está na religião errada. Bom, somado a isso e ao medo que tinha, passei grande parte da vida vegetando. Vivia na tríade casa-escola-igreja e mais nada. Nunca pude ter amizades, não podia viajar, sair, me divertir. Ir a um show era motivo de conspurcação pública por aquele pastor. Até que cheguei a decisão de mudar de igreja. Comecei a frequentar outra igreja, bem distante, literalmente em outra cidade. Viajava cerca de 40 minutos todo domingo para ir a esta igreja nova, mas só vi mais do mesmo. Até que cheguei a decisão de parar de frequentar a igreja. Hoje faço parte do movimento dos “desigrejados”. Pessoas que se intitulam cristãs, mas vivem sua religiosidade fora dos templos. É libertador na verdade, você poder viver livre de pressões, poder questionar e não aceitar que lhe manipulem em nome de Deus.

depressed-1-600x388Outro grande conflito que enfrente é em relação a minha homossexualidade. Algo que bate de frente com os dogmas da igreja. Não quero ser gay, não aceito isso. A pressão social ainda é forte, o Brasil místico/religioso ainda causa muito estrago na vida de um homossexual. Odeio lideranças políticas como Jean Wyllys; gostava de pessoas sensatas como Clodovil. Não há diálogo, só se vê classes se digladiando, cada um querendo ter mais razão que o outro e nenhum acordo se faz. Neste meio termo, há muitos como eu que não conseguem se assumir, vivem uma vida de aparências e sofrimentos, marcadas com lágrimas e até mesmo sangue, já que muitos carregam o estigma da violência em seus corpos. Para piorar a religião mais uma vez se intromete nas decisões pessoais. Lideranças como Silas Malafaia e Marco Feliciano têm causado um terrorismo terrível nesta nação. E infelizmente em briga de bandidos grandes a gente não se mete. A corda sempre arrebenta no lado mais fraco. Conciliar tudo isso é quase impossível. Aqui eu volto ao início da reflexão. Qual o sentido disto tudo. Qual a finalidade da vida? Qual a finalidade de vivenciar isso? Crescer como ser humano? Poderia crescer de outra forma. Ajudar àquelas pessoas que passam o mesmo que eu? Já é triste uma pessoa passando por isso, imagina um grupo! A vida é curta demais para se perder tempo, e longa demais para ser suportada em silêncio. Não sei quando tudo isto chegará ao seu ocaso, só me resta seguir em frente. Seja o que Deus quiser, já que eu não sei mais o que querer.

Necessidades…

amor-lc3adquidoAcabei de ler alguns estudos aqui na internet que falam do mal que a solidão pode trazer à vida das pessoas (Veja aqui e aqui). Há alguns meses li um livro chamado Amor Líquido, do Zygmunt Bauman (sou fascinado por este autor), cujo foco é a fragilidade dos relacionamentos nos dias atuais. Todos nós temos necessidades de relacionamentos, de estar com outras pessoas. Nós somos seres sociais e a ciência comprova o quanto a solidão pode ser nociva para o homem. Neste livro, Bauman fala sobre como é difícil manter relacionamentos, sobre os custos de se ter alguém na sua vida. É ótimo você ter um parceiro para os bons momentos, mas aturar os defeitos dos outros? É melhor não. O problema é que quando é nossa vez de errar, queremos alguém que nos suporte e nos entenda. Não queremos ser julgados, mesmo julgando a todo instante. Não queremos ser desprezados, mesmo não ligando para os tormentos dos outros. Não queremos ser incomodados mesmo necessitando muitas vezes da intervenção dos outros em nossas vidas. Meu Deus! A sociedade ocidental preza pelo fútil, pelo hedônico. Qual o propósito de se viver assim? O que aprenderemos deste jeito? Para onde correremos quando precisarmos de alguém? Eu não faço a menor ideia, só sei que cada dia que passa o mundo torna a existência mais sem graça. Muitos me criticam por pensar assim, mas quantos têm vivido a sombra da tristeza, do medo e da solidão e simplesmente não encontramos uma saída para estas pessoas. Eu mesmo tenho vivido assim. Não tenho uma visão positiva da existência. Não vejo motivo ou razão para existir. Não nos respeitamos, não respeitamos nosso meio ambiente, nosso planeta está morrendo, nossos recursos se exaurindo e a grande maioria só quer se sobressair em uma sociedade de consumo fútil, ignorante, líquida e por muitas vezes, desprezível. Já não sabemos, de fato, quem é nosso próximo. É mais fácil fechar os olhos, só que fazer de conta que não vemos os problemas não irá resolvê-los.

incógnitaÉ muito difícil resolver nossas necessidades primordiais quando estas dizem respeito às pessoas. Quero entender por que queremos tanto sem ter muito para dar em troca. Sei que eu mesmo sou falho em muitos aspectos que critico, é claro que tenho teto de vidro então, preciso direcionar minhas críticas primeiramente a mim. Mas até para estender a mão a alguém fica difícil, pois confiança é algo complicado. Muitos já foram tão feridos, tão humilhados por confiar que preferem se trancar em seu mundo e fazer de conta que são capazes de se virar sozinhos. Mas noite após noite seus medos e angústias as atormentam, e seus travesseiros são meros depositários de lágrimas. Ainda tem a preocupação com o futuro. Quanta incerteza para uma vida! Muitas vezes me pego pensando em meu futuro, na vida que gostaria de ter, no que posso fazer para mudar e nas dificuldades que posso enfrentar, e geralmente termino meus pensamentos me questionando se pelo menos vou terminar este dia ou se meu último suspiro está mais próximo do que imagino. Sair de casa para mim é uma luta, tenho medo. Encarar a vida já é motivo de medo suficiente. Mas o fato é que temos que encará-la. Não posso permitir que os pensamentos me derrubem. Faço um exercício mental que, apesar de parecer simples é muito difícil. Tento por na minha cabeça a ideia de que viver um dia de cada vez é suficiente. Tento entender que a vida dá voltas e que eu não sei como vou estar no futuro. Tento perceber que não há nada de mal acontecendo comigo no momento e que não tenho motivos para me preocupar. Olho a comida na despensa, as contas pagas, olho para os céus e tento agradecer a Deus por poder andar, respirar, ter uma casa para morar. Tento fazer isso como forma de sobreviver ao caos que é a vida. Não é algo que faço a muito tempo, na verdade comecei a mudar de atitude há alguns dias. Espero que tenha resultado, pois só me resta esperar que Deus faça um milagre, ou tudo será em vão…

Roda Gigante

clamor-angustiaFalar de nossos medos para psicologia é algo positivo, já que você se livra daquilo que lhe sufoca, lhe deixa tenso. Mas infelizmente nem todos temos acesso a um psicólogo, e para as demais pessoas aturar os problemas dos outros é motivo suficiente para manter distância, o que pode nos deixar frustrados. Esse é o motivo de muitas pessoas vestirem uma capa de felicidade mas no fundo de suas almas estarem amarguradas e presas a um peso dentro de si muitas vezes insuportável. Deveras tenho me sentido assim. São momentos em que ora estamos bem, ora estamos mal, e essas variações ocorrem diversas vezes não ao longo dos meses ou dos dias, mas várias vezes dentro de um dia, diuturnamente. Medos são caçadores exímios e sanguinolentos, e se não formos presas astutas seremos massacrados. Várias vezes aqui no Exalando a Alma tratei de medos, daqueles que eram, que são, e dos que podem vir e ainda daqueles iminentes. Não apenas medo, mas dualidades, no meu caso entre o cristianismo e a homossexualidade. Um dos medos que mais me afligem é o medo da morte. Sei que é tolice temer a morte, definitivamente não há como evitá-la. Começamos a morrer no momento em que nascemos e, para mim, este é o grande paradoxo da vida. Outro medo que tenho é não entender o por quê de existir. A existência do tudo, do universo, da vida, do cosmo me intriga muito. Por que existe algo ao invés do nada? Absolutamente ninguém tem resposta. Por que alguns tem tanto na vida e outros padecem horrorosamente? Por que empatia se tornou um item raríssimo e luxuosíssimo em nossa sociedade? São muitos os questionamentos que carrego dentro de mim e sei que não sou o único. Hoje tem sido difícil me sentir bem. Meus dias se resumem a pensar no meu futuro, a tentar fazer algo para mudá-lo e simplesmente não obter êxito nenhum. Lassidão levou-me a ser um procrastinador compulsivo. O medo me levou à paralisia. Já tive depressão, é um poço fundo. Não sei como saí dele, mas não me afastei deste poço. Ainda caminho nas suas bordas e, apesar de balançar muitas vezes, tenho conseguido manter-me equilibrado.

dsc09850Para mim a melhor parte do dia é quando chega a noite e consigo dormir. Dormir e esquecer que existe uma vida cheia de dificuldades a serem superadas. Não me julgue caro leitor, não estou apenas lamentando. Eu tento. Acordo todos os dias, estudo, procuro emprego, respiro fundo, sorrio mesmo sem motivos. Mas quando tenho que encarar meus sentimentos eles pesam. Às vezes estou no alto da roda gigante e vislumbro um horizonte tão belo, mas logo ela desce e encaro um vale de lágrimas. Rodas gigantes se movem sem sair do lugar e sei que muitos estão presos a uma. Muitos como eu estão cheios de questionamentos, buscando respostas enquanto outros já desistiram e esperam apenas o fim desejando que ele não seja tão amargo e doloroso. Outros mantém a esperança que tudo mudará e outros trabalham para mudar tudo. Eu apenas me encontro no limiar das opções. Para quem aprendeu a controlar seus medos é fácil dar uma resposta. É muito fácil encontrar a solução. Mas soluções não caem prontas, muitas vezes precisam ser fabricadas, precisamos descobrir as ferramentas certas, a técnica menos agressiva. Além dos temores que descrevi, há o dualismo que vivo. Acredito em Deus, acredito na Bíblia, mas já não acredito que há solução para o que vivo. Queria poder assumir logo que sou homossexual, mas ainda tenho muito a perder. Queria poder dizer meu nome verdadeiro neste blog e estampar minha foto e simplesmente dizer “este sou eu”, mas o preço é alto demais e não tenho como pagar. Tenho um verdadeiro trauma de evangélicos. Hoje para mim eles representam o que tem de pior na humanidade ocidental. Claro que há exceções, mas são poucas. Queria realmente obter ajuda para meus dilemas. Não quero respostas niilistas, de pessoas que simplesmente desprezam aquilo que tenho dentro de mim. Então muitas vezes só me resta o silêncio. E com o silêncio vem o sufocar da alma. O que fazer? Eu não sei. Hoje estou novamente desconexo… Perdi a linha por causa das lágrimas que me turvam a visão. Estou começando a aceitar que a vida não deve ser vivida em busca de compreensão, mas de aceitação. O difícil é aceitar aquilo que levo comigo. Seja como for, ainda quero acreditar que enquanto há vida há esperança, mesmo que ela pareça distante. Se eu não perecer, quero acreditar que um dia a alcançarei…

Sobre minha homossexualidade

Não importa o horror e a repulsa com que recordamos ou evocamos os preços pagos e as perdas sofridas no passado – as perdas suportadas hoje e os preços a serem pagos amanhã são os que mais incomodam e magoam. -Zygmunt Bauman

Cura-da-HomossexualidadeÉ sabido que conforme o tempo vai passado vamos ganhando um pouco mais de sabedoria e experiências, boas ou más, que de alguma forma vão nos marcar e nos deixar mais tolerantes a certas situações na vida. Mas tolerância não é aceitação. No jargão do grupo LGBT sou um gay discreto, já que não assumi publicamente minha homossexualidade. Não sei se este comportamento seria duramente criticado pela comunidade homossexual, já que hoje vemos uma verdadeira batalha pela aceitação da comunidade LGBT pela sociedade e, apesar de não apoiar seus meios acho o fim válido, mas existem muitas barreiras para que eu possa assumir que sou gay. Sei de dois fatos: sou gay e não quero ser. Para os desinformados ser gay é uma escolha e, francamente, acho uma estupidez faraônica achar que alguém acorda um dia e decide ser gay. Nunca conheci um que tenha escolhido ser. A sociedade tem lutado para mudar seus paradigmas e aceitar a comunidade, mas me pergunto, e aqueles que, como eu, não querem ser gay? O que fazer? Definitivamente a comunidade LGBT não aceita tal proposição, é ofensiva. Ao longo da minha vida tentei negar este lado, principalmente durante a adolescência. Sempre fui tachado de viadinho, bichinha, maricota e outros adjetivos ofensivos e, sinceramente, nunca fui capaz de me aceitar neste quadro. Apesar de estar em um relacionamento com um rapaz maravilhoso, sinto que não é o que quero para mim. Mas eu não consigo sentir atração por mulheres então a vida tem sido um grande dilema. E eu odeio dilemas. Toda escolha traz suas consequências e francamente, não sei se me disponho a pagar o preço. Às vezes me critico em relação a isso, pois sei que não tenho escolha. Neutralidade não é uma opção. As poucas opções que a vida nos dá geralmente requerem um preço muito alto, e não nos deixa confortáveis em relação a elas. Escolhas importantes são difíceis, requerem muitas vezes lágrimas e muito sangue frio para vencer os medos. Eu admiro aqueles que foram capazes de assumir sua homossexualidade e encontraram um caminho para ser feliz. Mas não sejamos tolos, há uma grande parcela que se esconde através de uma vida de máscaras por medo da família, dos amigos e do seu contexto social. Apesar dos esforços para se combater o preconceito, há um longo caminho para se percorrer até que este seja vencido, se é que será um dia.

gay_kissPara completar meu dilema, meu maior medo ainda é enfrentar minha família. Minha mãe sabe da minha homossexualidade, mas ela acredita que não me envolvo com ninguém e ainda tem sonhos de me ver casado e com filhos. Muitos poderiam me dizer para enfrentar a situação de vez, mas não é tão simples. Minha família é evangélica e católica tradicional. Apesar de ter homossexuais assumidos na minha família, sei que não receberei o mesmo tratamento que eles. E quando falo sobre minha homossexualidade me vem a mente os abusos sofridos na minha vida, principalmente aqueles por parte de meu pai. Ele nunca chegou a ter relações sexuais comigo, mas ele me tocava constantemente, até como chantagem para eu poder conseguir alguma coisa. Depois, na adolescência, começaram abusos morais. As mudanças no meu corpo eram motivos de comentários espúrios constantes. Passei muita vergonha na presença dele, morria de medo dele descobrir que eu era gay. Logo que tive acesso a Internet em 1997, descobri este mundo de uma forma mais ampla. Tornei-me um voyeur. Com o advento da banda larga, passei a frequentar constantemente salas de bate-papo com vídeo para ver outros rapazes nus, muitas vezes se masturbando e cada vez mais meu deleite aumentava. Até que em um momento criei coragem e parti para a busca de um parceiro. Não vou negar, sexo é muito bom. Mas francamente, não me faz feliz. Odeio alegrias momentâneas. Elas mais parecem maldição que algo a ser de fato celebrado. Devido a forma como fui tratado pelo meu pai, hoje tenho uma obsessão pelo órgão masculino. Confesso, a visão de um pênis muito me deleita. Mas também me angustia. É algo totalmente ambivalente. Não quero acreditar que empurrar a vida com a barriga seja a melhor solução, pois eu acredito que enquanto há vida há esperança. O caminho mais difícil é achar o caminho certo para mim. A felicidade é relativa, uns se contentam com muito, outros com pouco, e eu estou em cima do muro, pois, ora quero o mundo, ora quero fugir dele. Não aceito a minha homossexualidade, não posso me abrir sobre ela e não sei o que fazer a respeito. Mas como dizia Freud, cada um tem que achar seu caminho. Ouvir opiniões é perigoso, pois cada um nos oferece uma visão diferente e isso nos trás mais confusão que solução. Seja como for, quero manter a esperança que acharei meu caminho, seja ele qual for. E que Deus me ajude.

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