Nesta guerra constante que é a vida às vezes precisamos de estratégias para sobreviver. Não entendo de estratégias de guerra, mas já ouvi alguns relatos interessantes de pessoas que sobreviveram por pura astúcia e uma boa dose de atuação. Na natureza é normal encontrar animais que sobrevivem graças as suas habilidades de fingimento, e uma delas é a tanatose. Tanatose nada mais é que se fingir de morto para escapar de um inimigo. O perigo é que podemos fingir bem demais e acabar imóveis para o resto da vida. Mas cada batalha trás seus riscos, e para sobreviver qualquer fim justifica o meio. Na guerra e matar ou morrer. Mas há aqueles que estão mortos por dentro e se fingem de vivos (o que poderíamos chamar de zumbis, mas não acho o termo muito apropriado). Admiro muito Zygmunt Bauman e, em uma de suas entrevistas ele critica o modo de vida ocidental, onde prezamos mais pelo individualismo que pelo comunitário. Assim, tomamos nossa dose de infelicidade diária satisfeitos por termos tudo, menos certeza de onde vamos parar, e cada vez mais afundamos em crises. E o amor onde foi parar?
A vida tem sido um pouco desconcertante para mim. Já sei que consigo me dar bem com as pessoas a distância, não sei conviver em grupo, não sou social, tendo aos padrões dadaístas (e.g. forte caráter pessimista e irônico, principalmente com relação aos acontecimentos políticos do mundo) e, obviamente, este é um caminho solitário a ser seguido. O mundo ocidental se idiotizou, esta que é a verdade. Queremos viver de otimismo e esquecemos que todos caem, todos falham, e no fim, todos morrem (redundante não? Se você pensa assim, você deve ser um dos que se esquecem deste fato e acha besteira pensar nele, como se a morte fosse evitável). Quisera eu ser daquelas pessoas que sabem dar a volta por cima e são paradigmas de comercial de dentifrícios… Mas não sou. O mundo se esquece que a balança precisa de dois pesos para se equilibrar. Normalmente sou dos que se sentem mortos e vivem com uma capa de sorriso, não para ser falso, mas para evitar ouvir críticas de pseudo-sábios populares que sequer se importam se estou bem ou mal de verdade. Tenho um travesseiro por confessionário, e francamente estou satisfeito com ele. Talvez amanhã meu humor melhore, talvez piore, mas por hora, estou deitado reduzindo meus batimentos cardíacos esperando a hora certa de fugir…